Marquez amplia coleção de BMWs em Valência enquanto Aprilia dita o ritmo para 2026
O Circuito Ricardo Tormo, em Valência, foi palco de celebrações pessoais e muito trabalho técnico na abertura da nova fase da MotoGP. Marc Marquez, defendendo as cores da Lenovo Ducati, reafirmou sua hegemonia quando o assunto é velocidade pura em uma única volta. O piloto espanhol garantiu, pela oitava vez em sua carreira, o prêmio destinado ao competidor com os melhores resultados em qualificações ao longo da temporada. Com nove títulos mundiais no currículo — somando suas conquistas na 125cc, Moto2 e as sete na classe rainha —, Marquez tem agora mais um troféu motorizado: uma BMW M2 CS. Essa premiação já se tornou uma espécie de tradição para ele, embora nem todos os modelos alemães conquistados desde sua estreia em 2013 permaneçam em sua posse, visto que ele costuma presentear mecânicos e técnicos de sua equipe como forma de gratidão.
O início dos testes e a transição técnica
Enquanto Marquez festejava seu novo “brinquedo”, o paddock voltava suas atenções para o futuro imediato. O primeiro dia de testes oficiais visando a temporada de 2026 começou com atraso devido à umidade residual da chuva de sexta-feira, liberando a pista apenas no início da tarde. A sessão estendeu-se até o fim do dia para compensar o tempo perdido, mas o que se viu foi um cenário diferente dos anos anteriores. Como 2026 será um ano de transição antes da grande mudança regulamentar prevista para 2027, não houve uma enxurrada de inovações mecânicas radicais. Com os motores congelados e homologados, o foco das fábricas recaiu quase inteiramente sobre o desenvolvimento aerodinâmico e o ajuste fino da eletrônica.
Surpresa e inovação em Noale
Foi nesse cenário de ajustes que a Aprilia surpreendeu e mostrou a que veio. A montadora de Noale colocou Raul Fernandez e Marco Bezzecchi nas duas primeiras posições da tabela de tempos, mantendo a boa forma demonstrada na corrida anterior. No entanto, mais do que a velocidade, impressionou a metodologia de trabalho e as novidades visuais da RS-GP. A moto apresentou a evolução aerodinâmica mais agressiva do dia, exibindo um cupolino redesenhado, novas entradas de ar e laterais da carenagem totalmente revistas. A equipe de Massimo Rivola testou diversas configurações de rabeta, incluindo uma curiosa asa horizontal que remetia aos carros de Fórmula 1, evidenciando uma busca incessante por desempenho.
A nova filosofia de desenvolvimento
Essa nova direção técnica parece ter influência direta de Fabiano Sterlacchini, que trouxe sua bagagem da KTM para a casa italiana. A estratégia clara é reduzir a carga nas asas laterais dianteiras para recuperar a agilidade da moto, uma característica vital para a competitividade do projeto. A dinâmica nos boxes foi intensa: Bezzecchi ficou encarregado de testar as peças novas primeiro, realizando sequências de voltas rápidas para validação, enquanto Jorge Martin dedicou seu tempo a buscar o equilíbrio ideal do conjunto. O otimismo é palpável na garagem da Aprilia, com pilotos satisfeitos e engenheiros respondendo prontamente às demandas, criando uma base sólida para o inverno de desenvolvimento que se aproxima.